sábado, 28 de fevereiro de 2015

Espalhe que o amor não é banal.

Quando mais novo, olhava pela janela e desenhava em minha mente todas as formas que gostaria de ver nas nuvens, olhava as pessoas e imaginava seres desconhecidos que a noite dançavam, beijavam e se amavam. Fui crescendo e vi que as coisas não eram tão simples assim. A dança existe, mas em outro sentido, o beijo existe, porém antecede o escarro (já dizia nosso grande amigo Augusto dos Anjos). Porém, hoje, voltei a olhar a janela e percebi que o amor, que o afeto é muito maior que eu por tempos pensei.
O amor se concretiza na bondade, nos bons atos. O amor é muito mais que flores ou chocolates. O amor está presente no ouvir, no cuidar, no querer bem. Esse sentimento, ou melhor, estado de espírito pertence a todos, é só questão de ser. Amar é sair e ver beleza naquele poste de luz que ilumina uma ruela vazia, amar é sentir o abraço que o vento manda, é dar bom dia a um desconhecido. O ato de amar se concretiza naquela conversa na fila de banco com aquele moço que você nunca viu e nunca mais verá.
Amar, meus caros, é saber olhar aos olhos e ver a alma e não os defeitos, é saber aceitar que o modo errôneo de alguns camufla um grande triunfo de qualidades. Amar é não cobrar nada, é simplesmente ser feliz consigo mesmo e mostrar isso ao mundo. Não há distinções enquanto se ama. Não há medo, e caso esse apareça, converta-o em um sorriso.
Dentro do amor cabe-se tudo, mas é preciso paciência e isso é amor também. O amor se configura nas virtudes.
Quando se fala de amor não se fala de moral (diga-se moral filosófica, aquele tal conjunto de regras que rege o social), mas sim de ética. É a reflexão sobre os atos, é a reflexão sobre  o bem comum. O amor é a felicidade que cresce no peito ao ver o próximo bem.
O amor, por fim, é a mais bela das virtudes. Quem ama nada teme, nada perde. Tudo ganha. Amar é ver no próximo que o mundo é um todo e não uma parcela. Amar é a capacidade de aceitar o outro sem olhar aos defeitos, é a capacidade de ver beleza até mesmo em uma sacola que voa sem sentido.

Amar é o mais profundo estado de espírito, em que o ser humano pode compartilhar o céu em apenas um abraço.
Igor Passos

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