domingo, 20 de julho de 2014

O mundo anda meio vazio.

"Somos como esse cigarro, nascemos dentro dessa caixa de malboro, fechados, lacrados. Em determinado momento de nossas vidas somos comprados e aí, parte por parte, somos consumidos. Cada substância do nosso coração se dissolve, vira fumaça. "
O mundo hoje anda vazio, vazio de tudo: afeto, amor, fé, caridade, esperança. O ter para ser destruiu os corações, tornou o ser humano em uma coisa fúnebre, um filme trash sem um final feliz. Um plenos suicídio. 
As pessoas não estão interessadas em o que você tem para dizer, elas só querem o seu esforço, a sua importância é medida por valores, é medida pelo que você faz para aliviar a tortura alheia. 
O próximo não quer se doar para você, ele quer a sua doação.

O mundo anda vazio de afeto.
O homem não quer mais amar, ele quer ser amado. O ônibus cheio já o traumatiza, o emprego de merda ele já não quer, o relacionamento conturbado já é bastardo. Ele quer afeto, não dar afeto, apenas o receber.

O mundo anda vazio de amor.
Nunca vê-se um abraço dado, apenas abraços pedidos. Não há tempo para amar, não há tempo para doar-se ao outro. O mundo anda cheio disso, o vício do individualismo. Tão longínquo parece o amor que antes transbordava na antiga rua de nossos avós. 
O homem não quer mais oferecer um ombro, mas sim receber. Apenas isso, alguém que lhe escute, escute o lixo que quer sair pelas suas entranhas.

O mundo anda vazio de fé.
Igrejas vazias, coração descrente. Deus transformou-se em dinheiro, em solidão, em fantasma. Não há esperança para com o próximo. Somos seres individuais que caminham sozinhos, cercados de outros corações partidos.

No fundo, o mundo parece não ter jeito. Estamos nos rastejando para um buraco negro, sem volta, sozinhos. A morte solitária. 

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