terça-feira, 1 de julho de 2014

Luíza a respeito desse cara desconhecido, mas que se faz tão íntimo.

Ele mostrou-se diferente, em meio aqueles cafés e cigarros, mostrou-me a realidade, seu peito, sua conduta, suas esperanças, até mesmo seus medos.
Isso veio a me encantar. Hoje em dia, o normal é o glamour da alegria, o sorriso boêmio da felicidade; já ele... Ele mostrou o pútrido dragão que cercava seu peito.

[...]

Lembro-me de suas duras palavras que adentraram meus ouvidos e tiravam-me o tormento, deixando este espírito abastecido, acima de tudo, de curiosidade.. "O ser sente desejo pelo desconhecido".

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Ele me lembrou de quem sou, aquilo que com o tempo, eu fora perdendo, o ardor que queima como brasa pelo desejo à vida voltou a queimar em minhas veias. E em meio a estes copos de cerveja que pus-me a tomar, percebo o quão igual a ele eu sou. Talvez um plágio mal feito que o destino esqueceu de descartar.

[...]

Já sinto-me por demais demasiado agora,o álcool e a nicotina começaram a fazer efeito e já não sei mais onde estacar minhas palavras, mas antes que eu vá tentar qualquer feitiço, ou reza, ou até mesmo uma oração ao bom Deus, digo que ele completou aquele vazio doentio que havia em meu peito, como uma chamada à Graça, com todo seu ódio, com todo seu rancor e acabou me mostrando a beleza que há tempos eu havia deixado de acreditar.

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