Finalmente sexta-feira, finalmente o fim do desespero semanal... Tanto trabalho, responsabilidade, sonhos, desesperanças... Sabe, pra muitos sexta-feira é motivo de alegria, mas pra mim é um dia como outro qualquer, entende, é sexta, sábado sim estarei livre, com os amigos, me divertindo, mas os problemas ainda existirão, as responsabilidades também, minha vida ainda será a mesma, e às vezes isso me faz querer antecipar o fim.
É que às vezes cansa sabe? Não cansar fisicamente, pois com isso já estou acostumado, mas cansar-me das coisas, das mesmices, de toda essas asneiras. E eu tento mudar, e mudo, saio do preto pro branco, do certo pro errado, do feio pro bonito mas não adianta. Tudo uma hora cansa e vira mesmice. Como hoje, acordei numa vontade de já ser dezembro, em que eu olhasse pra trás e fizesse toda aquela respectiva do ano, vendo meus erros, meus acertos e o que realmente valeu a pena. Mas não, ainda estamos em março, num dia chato como todos os outros.
Pode ser ignorância minha toda essa caretice de não querer aproveitar o dia e só ficar reclamando, mas é que não aguento mais ser tão... Tão... Tão igual sabe? Mesmo mudando, mesmo sendo outro continuo sendo o mesmo ser. E anseio pelo fim, desejo tacar a cruz pra longe, matar alguém com ela. Decapitar alguns.
E o fim também me parece melhor em relação as pessoas, ah as pessoas... Elas me assustam, é uma coisa mais estranha ainda. E eu penso que no fim encontrarei alguém que me entenda de forma melhor, ou que finja entender, seria melhor. Seria menos pior.
Às vezes eu tento mudar pro fim, me teletransportar. Sair do A e ir pro B e o faço, e é bom é uma aventura, mas sabe o que acontece? Que esse fim é só um começo, é só o início de algo novo. Porra, parece que tudo é só começo, nunca acaba? Nunca tem um fim definitivo? Será que só com a morte? Espero que não.
Você pode me perguntar, ou até concretizar de que não gosto mesmo da vida, certo? Bom meu caro, você está errado. Eu amo a vida e suas pequenas coisas, não as citarei, ficaria tão resposta de ask.fm... Mas eu amo a vida, amo as mudanças, mas na hora em que paro pra pensar, toda mudança carrega algum erro do término anterior. Ou nas pessoas, ou em você, ou nos fatos... Tudo acaba sendo igual. E estou atrás de coisa nova, diferente, inconsequência talvez. Talvez só alguém que me faça sentir infinito, nem digo um amor, cairia na rotina novamente dizer sobre amor, mas digo alguém que seja só um alguém, que me dê prazer pela mesmice.
E ando procurando mesmo, caio e levanto, procuro nas poeiras a baixo do tapete, entre os livros da estante, na quela música do Marcelo Camelo, e aí vou achando as partes, os pedaços, e quem sabe um dia eu os consiga juntar e consiga me satisfazer com tudo isso que tenho e não percebo.
É sexta, e mesmo assim continuo tendo toda minha vida igual, é sexta, só isso.
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