terça-feira, 30 de julho de 2013

Faixa de pedestre.

Brasileiro sai na rua com bandeira na mão, mas parece que não é isso que prega seu coração.
Como toda quinta me levantei lá pelas 08h30min da manhã, com uma dor de cabeça insana. Passou-se a manhã e chegou então o momento de meu serviço: a hora do babá. Saindo de casa em uma hora X, fui ao ponto de ônibus com minha sobrinha para levá-la ao balé, como é de costume, parecia que o dia conspirava contra mim, entrei naquele pandemônio em forma de transporte público. Todas aquelas pessoas enjauladas em procura de algo, com caras feias e amarradas, todas suadas e preocupadas, eu, nada diferente. Desci então no ponto y necessário, fui até a faixa de pedestre, onde tudo aconteceu. Como cidadão, dei com a mão, para que os carros parassem e eu, claro, seguir meu caminho até o ponto final/de partida. Pois bem, um anônimo xy (creio ser melhor não especificar sexo ou atributos, para não causar aquele preconceito diário) parou, fazendo os outros pararem, mas de uma maneira diferente: começara este a me xingar pelo fato de eu estar numa faixa de pedestre dando com a mão para passar ao invés de me jogar à deriva no meio dos carros enfurecidos da rua. O sangue veio a subir, entendo o lado deste anônimo, temos problemas e ele poderia estar passando por vários, mas meus caros leitores, não tenho culpa nem sou obrigado a ficar ouvindo problemas de ninguém e outro ponto, não atravesso ruas por querer próprio. Quando se sai na rua deve se saber que problemas de casa, em maior tempo, devem ficar em casa e quando alguém dá a mão para passar em uma faixa de pedestres, é porque este alguém tem um objetivo. Segurei-me e a ignorei, passei lentamente e segui meu caminho, hoje me pergunto onde se encontra a dignidade e cidadania do ser brasileiro. Em dias de protesto provavelmente o nosso anônimo descontrolado e ranzinza estava nas ruas, e na hora de aplicar sua luta, acaba esquecendo-se de tudo que gritou nos protestos e parte pra ignorância. Deixo uma pergunta no ar: se querem mudar o país, deve-se mudar primeiro o estado ou o comportamento diário de hábitos já passado nas escolas, nas famílias, até mesmo na TV? Fico me perguntando, pois às vezes, me parece tão mais concreto e coerente ser mais um primata de roupas do que um ser infinitamente civilizado que ousa em respeitar “a faixa de pedestres”. Para finalizar, digo uma coisa: o estado que se procura, a liberdade que se quer, não começa em um protesto, ou em um pronunciamento. Tudo que se quer, começa de dentro. Começa da educação, começa ao ver que o colega do lado também é humano e merece respeito. Naquela quinta o corrido foi em uma faixa de pedestres, mas se fosse algo mais grave? Acho que devemos lembrar-nos da frase: “faça o bem sem olhar a quem!” e cidadania meus caros, é algo que cabe em qualquer lugar e combina com qualquer situação. Igor Passos

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